Vale cada página. O livro é uma belíssima
carta de amor. Uma declaração de afeto de um pai morto para seu filho
adolescente. A declaração de amor de um homem para uma mulher. E mais ainda, a declaração de um ser humano para a humanidade.
O estilo da obra é em tom confessional, tom de
conversa; e as cartas sempre surgem como metáfora e como elo entre os
personagens.
O fato do autor quase sempre escolher
contar suas histórias sob o ponto de vista de crianças ou adolescentes, em
parte reforça a teoria de que com o passar dos anos, vamos perdemos a
capacidade de nos encantar com o mundo. Uma vez perdido esse encanto, esvai-se
nossa capacidade de admiração e questionamento.
Para evitar que Georg se torne mais um na
multidão, seu pai com uma doença terminal decide deixar-lhe longa carta,
contando sobre uma grande paixão vivida na juventude e mostrando de que forma o
amor o salvou de uma existência medíocre.
Georg, que começa a viver as emoções do
primeiro amor, absorve essas lições e amadurece no decorrer da história.
Enfrentar os próprios medos, persistir nos desejos que valem a pena lutar, encarar o desafio diário de estar vivo com leveza e uma certa
gratidão, estas são algumas das belas lições passadas ao protagonista e, por
tabela, aos leitores.