Por: Cris Pantoja
Seja sábio, beba o seu vinho e para o curto prazo reescale as suas esperanças. Mesmo enquanto falamos, o tempo ciumento está fugindo de nós: colhe o dia, confia o mínimo no amanhã.
Sapias, vina liques et spatio
brevi spem longam reseces. Dum loquimur, fugerit invida aetas: carpe diem quam
minimum credula postero.
Horácio, um dos maiores poetas
da Roma Antiga (65-8 AC), ficou famoso por seus poemas líricos, reunidos na
obra ‘Odes’.
‘Carpe Diem’, é uma
advertência ao amigo Leuconoe, para que este aproveitasse melhor o momento
presente e dele retirasse suas alegrias, se despreocupando com o dia e a
hora da morte. A idéia de
Horácio atravessou o tempo e tornou-se um alerta. Um alerta para que
aproveitemos melhor a vida sem nos preocuparmos tanto. Mais do que um conselho,
Carpe Diem é uma filosofia de vida.
Imaginar que a vida presente é
reflexo do ontem, e que o amanhã será a colheita do plantio feito hoje, torna a
vida mais lindamente colorida. Isso minimiza a ânsia para a vida que irá se extinguir, e
viveremos com a certeza de que estamos aproveitando o dia, e que cada um deles
é aprendizado para a alma. Seja no exercitar das virtudes, seja na melhora de
nossos defeitos.
Estaremos realmente aproveitando
o dia, quando as dores que ele porventura trouxer se transformarem em
entendimento e lição, e as alegrias se converterem em louvores pela bênção da
existência. Aproveitar a vida é isso:
entendê-la como uma grande escola, pondo em prática sempre, sem reservas, o
verbo amar. Não tenho dúvidas de que este é um dos melhores conselhos para
evitar que gastemos tempo com coisas inúteis ou com justificativas para o
prazer imediato.
A advertência de Horácio é sábia
e útil. Talvez mais útil ainda nestes nossos tempos. Colha seu dia, como quem colhe um fruto
maduro, na hora exata. Um descuido e o fruto se perde. A vida é isso e não pode
ser economizada, acontece sempre no presente e a única coisa que devemos
guardar é a saudade das boas e felizes colheitas!
Este é o
sentido que deve ser eternizado dentro de nós: Carpe Diem…