Magistralmente bem escrito. Uma trama de encher a mente e o coração de
inquietudes.
Theo, um jovem de 13 anos, durante um passeio/conversa com sua mãe, ao se encontrarem nas proximidades do Metropolitan Museum de Nova York, decidem ir em
busca dos quadros da exposição holandesa onde sua mãe explica a obra de Carel
Fabritius, The Goldfinch (c. 1654), obra que aprecia desde a infância. Infelizmente, durante
a visita um atentado terrorista acontece, e uma bomba destrói vidas, quadros e
sonhos.
Quando Theo recobra a consciência em meio aos destroços, ele encontra
um velho senhor, que havia visto antes, apreciando o mesmo quadro que sua mãe.
Durante uma curta conversa, Theo atende o pedido dele de levar consigo The
Goldfinch, de Carel Fabritius. (Fabritius foi discípulo de Rembrandt morto,
de forma trágica, aos 32 anos, quando uma fábrica de pólvora explodiu perto de
seu estúdio.)
Com a tela por companhia, Theo vive a dor, o desespero e a lembrança da
mãe morta na explosão do museum. Theo pensa em devolver a pintura, ao mesmo
tempo se sente em paz olhando a tela, como se trouxesse de volta uma parte de
sua vida, o link vivo com sua mãe.
Após a explosão, Theo vai morar com a
família de Andy, um amigo de escola, uma família rica e apreciadora do mundo da
arte. Embora, sem se sentir em casa, ele sabia que as opções era mínimas, entre
os avós paternos não lhe queriam e o pai desaparecido e dependente químico.
Quando as coisas se acomodam, movido por curiosidade, Theo, pesquisa e
descobre a casa do senhor morto da explosão, e mesmo mantendo o segredo da
posse do quadro, conhece Hobie, parceiro de negócios Welty, e um dos melhores
restauradores de New York, dono de uma loja de antiguidades. Pela primeira vez,
desde a morte da mãe, Theo sente uma conexão emocional, com Hobie.
Contrariando as perspectivas, Theo segue com seu pai para Las Vegas,
aparecido após a morte da ex esposa para vender o que restou e continuar
alimentando seu gosto pelas drogas. Em Las Vegas Theo faz amizade com Boris, um
russo-ucraniano apreciador de vodka, drogas e pizza. Boris lê Dostoievsky no
original, fala várias línguas e é versado na arte de enganar, coisas que Theo
se familiariza rapidamente. A história é bem contada, os personagem bem
construídos e o tumulto emocional de Theo é percebido em cada aventura.
O
quadro The Goldfinch marca o processo de educação física, emocional e humana de
Theo. Vale cada página.
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