30 dezembro 2015

O Quarto de Jack ~ Emma Donoghue

Gosto de sentir o papel, o formato do livro, o folhear das páginas, mas como  ganhei esse áudio-book, decidi fazer a experiência de ouvir a leitura.  Ouvi enquanto fazia caminhadas... Mas muitas vezes parei para 'ouvir', sentir melhor o texto.

A leitura é intensa e muitas vezes emocional. O Quarto de Jack ou Room,  tíltulo do livro em inglês, narra a rotina de Jack, um menino de 5 anos e sua Mãe, Ma, como ele a chama, confinados em um espaço de 10 m².

Raptada aos 19 anos, Ma vive no quarto há 7 anos.  Através da memória do que viveu,  das rimas de infância,  das leituras, Ma consegue criar todo um universo de vida e amor dentro do quarto.  Algumas vezes me lembrou o filme “A Vida é Bela”, de Roberto Benigni. [quem ler vai entender, a comparação].

Não sei se por ter o áudio-book ou por ser a narrativa cheia de suspense... me percebi várias vezes pensando sobre os diálogos e refletindo sobre a insensatez humana, muitas vezes disfarçada de loucura.


Vale a leitura! Recentemente foi lançado o filme. Brie Larson como Ma é fantástica. O director do filme Lenny Abrahamson se manteve fiel ao livro enquanto traz Jack, Ma e seu mundo peculiar para uma vida cinematográfica intensa e emocionante.

15 dezembro 2015

Gratidão



Pense em toda beleza que ainda existe ao seu redor e seja feliz ~ Anne Frank

Cotidianamente tiro alguns minutos do meu dia e agradeço. Essa prática me faz feliz e consciente de que há bem no mundo e que é possível respirar a beleza do dia.
E porque agradecer é importante?
Porque lembra das coisas positivas em sua vida.
Me faz feliz lembrar dos bons momentos com as pessoas, mesmo que sejam pessoas desconhecidas com breves passagens…  pessoas no supermercado, no banco, no transito, na fila, no Facebook…

Porque transforma as coisas.
Se estou tendo um dia ruim… me lembro, e não é difícil,  de que há pessoas com desafios maiores que o meu.

Porque nos lembra do que é realmente importante.
É difícil, continuar reclamando quando estou agradecendo a saúde do meu filho e esposo e a boa convivência com eles.

Porque nos lembra de ser agradecida a outras pessoas.
Sei por experiência que dizer um “obrigada” faz diferença. É verdade que custa um pouco porque as vezes o tempo é tão corrido, mas fazer alguém feliz, sempre me faz feliz.

Diariamente agradeço, pelas pessoas que amo, pelos stranhos que são gentis comigo, pelo meu anjo da guarda. Não sou grata como queria, mas estou sempre aprendendo… e tenho como meta superar meus desafios. Um deles, é me tornar um ser humano melhor.

14 dezembro 2015

Casamento no Parque

“O Amor é paciente, é benigno; não é invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece (…) não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O Amor nunca falha” (I Coríntios 13:4-8).
Boa profissão e emprego, apartamento e carro quitado, saúde, amigos, colegas… basicamente uma vida tranquila. O que mais poderia faltar? Foi a pergunta que me fiz na noite do dia 25 de dezembro de 2005. E a resposta veio de pronto, ‘construir uma família’. Na dúvida, escrevi no meu diário: “Amado Deus, se for da Tua vontade, me mande um filho Teu que tenha fé, emprego, que queira casar e ser pai e fico feliz se ele amar Nossa Senhora e São José”Resumindo, estava pedindo um milagre.
Cresci em uma família de pais amorosos e 4 irmãs. Na nossa mesa tinha sempre alguém diferente, primos, primas, tios, amigos de parentes… nunca estávamos sozinhos, meus pais abriam as portas para acolher todos aqueles que queriam ou precisavam de apoio. Aprendi muito cedo o significado da palavra compartilhar. Anos depois, quando meus pais faleceram, uma das coisas que me trazia a lembrança deles, era o sentar-se a mesa, onde cada um era amado e aceito, mesmo os mais diferentes da nossa forma de viver.
O milagre começou acontecer… Em 2006, fui Centro Universitário Estácio do Ceará, onde trabalhava, para a Universidade do Texas em Austin, onde trabalhei como professora pesquisadora por um ano, concluindo a tese de doutorado.
No aeroporto de São Paulo, tive uma sensação de paz que se selou em minha memória e aproveitei para fazer mais algumas anotações no meu diário.
Nos Estados Unidos reencontrei David em 30 de junho de 2006; éramos amigos, e nos conhecíamos há 2 anos, através de e-mails. Nenhum de nós tinha a intenção de namoro, todavia quanto mais conversávamos mais víamos similaridades de ideal de vida. O milagre acontecendo.
Começamos a namorar e eu decidida que sou, pensei: “vou casar com ele”; claro que ele não sabia disso. O que não me impediu de pedir a Deus. O impossível é especialidade de Deus, digo impossível porque éramos solteirões convictos e felizes. Conversava e pedia diariamente a Deus, porque Ele sabe o que queremos, mas quer ouvir de nós. Então eu dizia todos os dias: “quero casar com o David, ele atende com perfeição os cinco pontos em um esposo que pedi ao Senhor no diário”.
Deus sempre dá com generosidade. Dia 25 de agosto de 2006, David colocou o joelho no chão, como um bom romântico que é, me pediu em casamento e me deu a aliança de noivado. Fiquei tão surpresa que no meu espanto e alegria, a aliança foi parar no chão, rolando sabe-se lá para onde. O suave barulho da aliança caindo nos fez rir e quebrou a minha inatividade.
Casamos dia 14 de dezembro de 2006. Foi um casamento surpresa! David me convidou para visitar um parque. Lá ele fez a proposta de casarmos. Joelho no chão, licença de casamento na mão e Juiz de paz e pastor esperando, casamos. Estava com roupas simples, mas nada parecia mais apropriado e casamos em um parque lindo e tranquilo. O céu estava tão azul que eu podia sentir a luz de Deus abençoando nossa união e o farfalhar dos santos anjos confirmando o milagre.
Uma curiosidade! sem saber, sem planejar: tinha algo usado, algo novo, algo emprestado e algo azul, como pede a tradição (something old, something new, something borrowed, something blue). Usado: Estava com minhas botas de inverno, Novo: o colar de perolas, presente do David, Emprestado: Eu e David estávamos com os terços trocados, eu com o dele e ele com o meu. Azul: minha blusa.
Diz a tradição que esses itens, usado, novo, emprestado e azul, respresentam votos de felicidade para a noiva, caso os tenha, no dia do casamento! O emprestado, simboliza a continuidade, o novo significa otimismo e esperança na nova vida, o usado, é a lembrança de que a noiva continua próxima da família e dos amigos, e o azul está ligado ao casamento por séculos. Na Roma antiga, as noivas usavam azul, simbolizando, amor, modéstia, e fidelidade. O Cristianismo veste a Virgem Maria em azul, assim pureza é associada com a cor. Como se diz por aqui: “Marry in blue, lover be true”.
Lembram da mesa de meus pais? A tradição continua. Eu, David e David (4 anos), sempre sentamos na nossa imensa mesa e nos alegramos em receber as pessoas. Assim como era no tempo dos meus pais. Tradição que permanece viva em mim! Herança de família e memória viva.
Depois de alguns meses, no Brasil, casamos na Igreja Católica, com a família e os amigos por testemunhas do nosso amor. E Hoje completamos 9 anos de casados!

02 dezembro 2015

Mistério de Natal ~ Jostein Gaarder

Simplesmente fantástico. A História de natal contada de trás para frente no tempo!! 
Na obra, Joaquim pede a seu pai o calendário do advento. Calendário que acompanha o mês de dezembro em preparação para o Natal. Na livraria, Joaquim escolhe um calendário antigo, que o livreiro o presenteia porque não estava a venda, não era novo.

Em casa, no dia primeiro de dezembro, Joaquim abre a primeira janela do calendário e lá encontra um papel com uma história. Conta o texto que Elisabete, estava fazendo as compras natalinas com a mãe, quando percebe uma ovelhinha e a segue perdendo-se na multidão.

O primeiro dia não revela muito mas ficamos intrigados. O que aconteceu com Elisabete? Ela encontrou a ovelhinha? A mãe dela a encontrou? Onde ela está? A história é real ou fictícia?

A cada dia, Joaquim, abre uma nova janela do calendário vai sabendo um pouco mais da história de Elisabete. Seus pais começam a acompanhar o calendário e juntos vivem a incrível aventura que é a chegada do Natal. Amei a leitura!!!


 Outros livros que eu resenhei do Gardeer são: 

16 novembro 2015

Cidade de Papel ~ John Green

Aprecio a narrativa de John Green, mas confesso que leio mais pela curiosidade dele ser um autor tão popular.

Tendo dito… vamos a história de Margo e Quentin; vizinhos desde os 2 anos de idade e cúmplices no encontro com a morte aos 9 anos.  (depois de ler você vai entender melhor…)

No mês final para a graduação do Ensino Médio, Margo pede ajuda de Q. para uma aventura. Embora relutante Q. participa e até se diverte. Mas depois da ‘noite mais divertida’ dos últimos anos, Margo desaparece de casa. Para Q. ‘Margo sempre adorou um mistério… e talvez ela gostasse tanto de mistérios que acabou por se tornar um.’

Q. e seus amigos Ben e Radar, decidem procurar Margo. Na busca, os personagens se revelam, se divertem e vamos acompanhando a trama nos perguntando: que fios invisíveis se partiram para que Margo tenha optado por sumir? Devo dizer que a leitura é imprevisível e vale o folhear de páginas que nem são tantas assim

Margo deixa uma pista do seu sumiço, o livro Folhas de Relva (Leaves of Grass), de Walt Whitman, com uma poesia marcada e intitulada: Song of Myself, que traduzido seria Canção de mim Mesmo. A poesia é linda, deixo aqui um fragmento.

Eu celebro o eu, num canto de mim mesmo, E aquilo que eu presumir também presumirás, Pois cada átomo que há em mim igualmente habita em ti.

Descanso e convido a minha alma, Deito-me e descanso tranquilamente, observando uma haste da relva de verão.

Minha língua, todo átomo do meu sangue formado deste solo, deste ar, Nascido aqui de pais nascidos aqui de pais o mesmo e seus pais também o mesmo, Eu agora com trinta e sete anos de idade, com saúde perfeita, dou início, Com a esperança de não cessar até morrer.

Crenças e escolas quedam-se dormentesRetraindo-se por hora na suficiência do que não, mas nunca esquecidas, Eu me refugio pelo bem e pelo mal, eu permito que se fale em qualquer casualidade, A natureza sem estorvo, com energia original.

Casas e cômodos cheios de perfumes, prateleiras apinhadas de perfumes, Eu mesmo respiro a fragrância, a reconheço e com ela me deleito, A essência bem poderia inebriar-me, mas não permitirei.(…)

30 outubro 2015

Celebrar ou não o Halloween?

O Halloween é uma festa comum nos Estados Unidos e na Europa. Celebrada no dia 31 de Outubro, a comemoração veio dos antigos povos Celtas. Eles realizavam a colheita nessa época do ano. Nesse mesmo período, o inverno se iniciava, ficando o tempo mais escuro, sendo assim, associado com a morte e com a lembrança dos mortos.
Os Celtas acreditavam que na noite do dia 31 de outubro, quando eles terminavam a colheita com uma festa, o Samhain (pronunciado sow-in), os espíritos dos mortos vinham a terra assustar as pessoas, fazer travessuras. Para passar essa noite sem terror e terminar a colheita, os Celtas faziam fogueiras, dançavam, comiam, bebiam e se fantasiavam celebrando e “assustando os espíritos”. Nesse dia, especialmente, havia muita comida a disposição de todos, vivos e mortos.
Com o passar do tempo, os Celtas aderiram ao Cristianismo e foram transformando esse ritual em uma festa religiosa, aprovados por S. Leão Magno e S. Gregório Magno. Ao invés de celebrar os espíritos e forças ocultas por medo, os Celtas passaram a celebrar os santos mortos, daí veio o “All Hallow’s Eve” [Vigília de Todos os Santos]. Mais tarde abreviada para Halloween.
O Halloween é parte da cultura de muitos países e não há como fugir disso. Tenho um filho de 4 anos que gosta do evento do Halloween, então procuro fazer do que pode ser um mal, um bem. Conversamos sobre o Halloween, lemos os livros infantis sobre a festa [leio antes para saber o que aprovo] e escolhemos as fantasias.
As fantasias, prestam homenagens a membros da família. Assim ele já foi fantasiado de Vaqueiro [homenagem ao Nordeste brasileiro, e a membros da minha família], já foi de Advogado, de médico [nesse mesmo ano vestiu uma fantasia de esqueleto, que trabalhamos como parte da Medicina/disciplina de anatomia]. Esse ano ele vai de médico veterinário. 

Nos Estados Unidos, o trick-or-treating, (doces ou travessuras) veio da Inglaterra, quando durante o festival do Halloween, as pessoas mais pobres, pediam as famílias mais ricas, o “pão das almas”. Em retorno elas prometiam rezar pelas almas mortas da família que deu o pão. Aos poucos, com a melhoria de vida das pessoas, a tradição foi substituída pelas crianças visitando a vizinhança e pedindo doces.

Amanhã vamos para o ‘Trick or Treat” e sim rezaremos pelas almas mortas das famílias que nos receberam em suas portas com doces e biscoitos.

Lembremos de que: “Contos de fada não dizem às crianças que dragões existem. Crianças já sabem que dragões existem. Contos de fada dizem às crianças que dragões podem ser mortos.” (Gilbert Chesterton)
É o que digo para o David, você vai ver nas ruas, no dia do Halloween, dragões, bruxas, magos, vampiros e tantos outros personagens [que ele sabe que existe, nos livros, na imaginação e até na realidade]. E continuo: muitos estão lá para nos lembrar que Aquele a quem amamos é maior que todos eles. E termino repetindo as palavras de São Miguel Arcanjo: ‘Quem como Deus? E eis a bela resposta: ‘Ninguém!!!’.

Happy Halloween!!!

Pegadas na Areia ~ Mary Stevenson

Uma noite eu tive um sonho.  
 Sonhei que estava andando na praia com o Senhor 
.  E através do Céu, passavam cenas da minha vida. 
  Par...