31 março 2015

ATRAVÉS DO ESPELHO ~ Jostein Gaarder


Simplesmente bonito. O livro conta a história de Cecília Skotbu, uma garotinha que passa a maior parte do tempo deitada em seu quarto. 

Cecília está com câncer e na fase terminal começa a receber visitas de um anjo chamado Ariel.

Ariel e Cecília, conversam, discordam, sonham… vivem as pequenas alegrias cotidianas, sem pensar na morte, simplesmente vivem, vivem no presente…


Gaarder com muita habilidade, através do diálogo de Cecília com o anjo nos prepara para a morte, mas também para a vida.

A sutileza com que ele aborda a existência é digerida sem causar nenhum mal estar emocional. Vale cada página.


28 março 2015

Egg Hunt, Caça aos ovos de Páscoa

Uma semana antes da Páscoa, tradicionalmente nos Estados Unidos, há o evento do Easter Egg Hunt, uma caça aos ovos de Páscoa. Diversão garantida para crianças e adolescentes e no nosso caso, para os pais.
Os ovos são de plástico; tamanho do ovo normal, coloridos e abrem no meio... dentro pode ter adesivos, carrinhos pequenos brinquedos ou simplesmente nada.
No condomínio onde moramos, as crianças trocam os ovos coletados por brinquedos... oito ovos por oito brinquedos. No caso, o David (4 anos) escolheu 4 aviões de papel para montar, um apito, um lápis, uma régua e uma miniatura do Orion, nave espacial da NASA.
A celebração começa 9:30 com fotos das crianças com os coelhos de páscoa. Nós evitamos essa parte, porque o David não é fã de esperas, o que é comum para essas fotos. As 10:30 é dado o inicio da largada para a corrida. O campo é dividido por áreas: 1 a 3 anos, 4 a 6 anos, 7 a 9 anos e 10 a 12 anos.
Na coleta dos ovos, as crianças podem encontrar ovos dourados que trocam por cestas de páscoa com brinquedos. 2 ovos dourados em cada campo.
Quando todos os ovos são recolhidos é hora da troca... não tem correria porque as mesas são distribuídas por idade e os pais ajudam a organizar um pouco a ansiedade das crianças.
Com a cesta ‘cheia’ de brinquedos é hora dos famosos cookies, água, limonada ou chá gelado... os eventos que tenho ido não servem refrigerante para crianças. Como o David nunca tomou refrigerante, ele sempre fica feliz com água. Com um cookie na mão e uma cesta de brinquedos na outra, David veio para casa feliz da vida montar sua ‘frota de aviões’.
P.S. A tradição da corrida dos ovos de Páscoa, é um evento que acontece também da Casa Branca, criado em 1878 pelo presidente Rutherford B. Hayes.

27 março 2015

Diane Faria

               
Lembranças da minha infância,
Inconsciência da existência;
Livros, contos e poesias,
Flores no altar da fé,
As árvores e as frutas colhidas do pé,
Risadas no pátio do colégio espantavam o tédio;
Brincadeiras juvenis,
Ensinamentos sutis.
Não pretendo revivê-las,
Percebi que tudo o que se vive é efêmero embora pareça eterno e verdadeiro;
Quero apenas a saudade
do que outrora foi minha realidade.
Trago comigo ondas sucessivas de emoções,
Uma angústia por confissões,
A melancolia da lua que me espia,
O brilho da estrela guia,
A caricia do vento que me fortalece,
                E a infinita alegria do sol que me aquece.

25 março 2015

E 30 anos depois...


Ama e faz o que quiseres; seja que te cales, cala-te por amor; seja que fales, fala por amor; seja que tu corrijas, corrige por amor; seja que tu perdoes, perdoa por amor ~ Santo Agostinho
Cresci em uma família cristã, com raízes fincadas em Canindé, cidade do Ceará, cujo Padroeiro é São Francisco. Ainda criança participei das festas religiosas da cidade: da Romaria, uma das mais antigas do Estado (com mais de 2 milhões de romeiros), da procissão dia 4 de outubro, e dos espetáculos teatrais retratando a vida de São Francisco. Lembro claramente de acordar ouvindo o sino da Basílica anunciando a missa e de passar o dia embalada pelo som do relógio da cidade recordando as horas. Tempos felizes!
A casa de minha família ficava repleta de parentes na época das festas religiosas. Mesa grande, comida farta feita no fogão à lenha, portanto mais saborosa. Minha tia Maria cozinhava com gosto e tinha uma bondade que atraia as pessoas.
Na hora de dormir, as redes se espalhavam pela casa e a conversa suave e descontraída era ouvida como música. Ocasionalmente contávamos com a presença dos não desejados visitantes morcegos. Normalmente eles ficavam mais “felizes” quando as luzes da cidade eram apagadas 22 horas pelo Sr. Jaime (meu futuro sogro). Eu ainda criança imaginava mil histórias com o “bicho papão” e não gostava do escuro, o que fazia do meu futuro sogro um “apagador de luz”, ou seja sem alguém que ao meu entender precisava esquecer essa profissão.
Desse tempo de criança, guardei na memória muita alegria da vida familiar, e foi essa memória que levei para Fortaleza, quando mudei de Canindé para estudar. Aguardava então com ansiedade as férias e as festividades religiosas para voltar a minha terra.
Em uma das férias, conheci o Guedes, meu futuro esposo. Os pais dele mandaram um saco de pipocas para nossa casa e o Guedes foi o portador. Chegou em uma bicicleta muito distinto na sua juventude e eu com 14 anos fiquei impressionada com a sua forma bondosa de tratar.  Nasceu uma paquera, um namoro, ao que minha mãe tratou logo de dar o contra, por receio que eu me descuidasse dos estudos.
Ao final das férias, voltei para a cidade de Fortaleza. Lá recebi uma carta datilografada do Guedes (datilografia era a digitação da época). “Estimada Terezinha, espero te rever, na Festa de São Francisco… Não fui ver sua saída, porque estava com visitas em casa, mas espero notícias suas, pela D. Maria, sua tia”…
Ah as coisas da juventude! Quando voltei à Canindé, Guedes havia ido embora da cidade… Rio de Janeiro, São Paulo, Natal… Ficamos 30 anos sem nos ver!
Guardei sua cartinha em meio a tantas outras. Namorei outra pessoa, ficamos noivos, e na véspera do casamento, uma jovem apareceu em minha casa com duas crianças… nem preciso entrar em detalhe. União desfeita, embora ele dissesse me amar, a exclusão desse fato, abalou minha confiança nele. Sofri, mas também fiquei aliviada de não ter casado antes de saber de tal fato, porque no casamento é bom ter confiança.
Visitando a mãe do Guedes, com minha tia Sinhá, reencontrei o Guedes, depois de 30 anos. Foi como se os anos não tivessem passado, estávamos os dois solteiros e com a responsabilidade de cuidarmos de nossas mães doentes. Retomamos a nossa conversa sem nenhuma dificuldade de comunicação e decidimos continuar o namoro. Digo continuar porque nunca terminamos de fato.
Minha mãe dessa vez aprovou o namoro, mas a mãe do Guedes não. Antes para não atrapalhar nosso futuro, agora para não modificá-lo.
Decidimos casar assim mesmo, conscientes de que nossa maturidade seria suficiente para acolher as tempestades e nossa vida de oração nos daria o animo necessário. Dia 24 de março de 2006 casamos. A mãe do Guedes não compareceu e deixou claro que me desaprovava.
Em 2009, ela adoeceu e a acolhemos na nossa casa, cuidamos, levamos a médicos, demos carinho e ela foi percebendo que eu e Guedes nos amávamos e a amávamos e não tinha porque ficar contra a nossa união.
Hoje somos todos parte da mesma família. Cuidamos uns dos outros, acolhemos a quem nos procura e vivemos com a certeza de que Deus não demora ele capricha.
~ Teresa Barros dos Santos ~

17 março 2015

EU SOU MALALA ~ Malala Yousafzai & Christina Lamb

Um livro interessante para quem quer saber mais sobre as condições de vida no Paquistão, especialmente a vida das meninas que querem estudar.

Malala Yousafzai e seus familiares sonhavam com um país educado, onde as mulheres fossem livres para escolher e prosseguir nos estudos. Infelizmente a voz de Malala foi uma ameaça para os grupos extremistas e ela foi por um tempo silenciada com um tiro na cabeça, em outubro de 2012.

Narrado em primeira pessoa pela própria Malala, o livro é dividido em cinco partes ("Antes do Talibã", "O vale da morte", "Três meninas, três balas", "Entre a vida e a morte" e "Uma segunda vida")

Inicialmente, vemos como a família de Malala Yousafzai se constituiu e de como era a vida antes da chegada do Talibã no vale do Swat.

Depois acompanhamos a chegada do Talibã ao vale, a destruição do patrimônio histórico-cultural da região, a resistência de Malala e seu pai à pressão sofrida para o fechamento da escola administrada pela família, e a violência contra os moradores.

Por fim vemos a luta de Malala para sobreviver ao atentado e o sofrimento da família.

Não é um livro difícil de ser lido, há momentos de muita sabedoria por parte de Malala, tornando a leitura peculiar e bem vinda.

Deixo vocês com as palavras de Malala:

Que possamos pegar nossos livros e canetas porque são as nossas armas mais poderosas.’

‘Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo’

Do Paquistão, Malala elevou sua voz para as Nações Unidas em New York e se transformou em um ícone na luta pela educação.


Quem dá voz ao livro é Christina Lamb, jornalista que atua desde 1987 como correspondente no 
Paquistão e no Afeganistão. Ela se graduou em Oxford e Harvard. Em seu currículo constam a publicação de cinco obras e a conquista de diversas premiações.

Pegadas na Areia ~ Mary Stevenson

Uma noite eu tive um sonho.  
 Sonhei que estava andando na praia com o Senhor 
.  E através do Céu, passavam cenas da minha vida. 
  Par...