As notícias do lado de
cá são tristes, mas da tristeza nascem os poemas, as poesias, as narrativas…
então com a alma de poeta escrevo essa descrição da alma para compartilhar meu
pensamento… compartilhar com quem? você deve estar se perguntando, a que eu respondo:
“tem sempre algum ser disposto a participar da experiência do outro, garanto
a você, seja por empatia ou por descaso”.
Nada aconteceu como desejado. tudo
aconteceu na velocidade de um cometa que passou, deixou um rastro de luz, logo
seguido de escuridão, com a esperança de que a luz que foi vista volte a
brilhar. Fiquei com a alma dilatada para o novo e agora aguardo ansiosa que
esse vazio seja preenchido.
O acontecimento? mudar de lugar… só as
pessoas acomodadas a suas rotinas não gostam de mudanças… eu ao contrário amo e
anseio por diferentes “mundos”. Faz parte da minha mente e do meu coração. Esse
coração se acostumou com essa ideia e se recusa a ser encarcerado na rotina que
agora parece me aprisionar.
Não pude mudar ainda, mas vou fazer novas tentativas,
afinal quem não tenta corre o risco de nunca conseguir. Vou recomeçar, ainda
que lentamente, abalada pelo sonho desfeito, e com saudade das lembranças que
quase vivi.
Preciso encontrar os pedaços do quebra cabeça que já tinha
concluído na minha ânsia de realizar a imagem que vi das peças conectadas.
Agora estou triste, mas essa tristeza
faz parte de uma vida de sonhos realizados ou não. Só sente tristeza quem sente
a alegria da busca.
Minha mente com pensamentos sombrios vai de um a
mil em fração de segundos, mas depois da exaustão dessas ideias que se passam
agora, tenho certeza a de que me acalmarei.
Preciso dizer que nesse processo conheci pessoas
extraordinárias e porque não dizer pessoas ordinárias… mas porque me ocupar do
ordinário, se tenho o extraordinário… algumas pessoas entram nas nossas vidas
como mentoras, amigas, irmãs… e fica fácil entender a beleza da amizade quando
pensamos nesses seres, a quem deixo explicito o meu obrigada em uma velada
descrição.
Sinto saudades de tudo que marcou a
minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto
cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro
do passado,
eu sinto saudades. Sinto
saudades de amigos que nunca mais vi,
de
pessoas com quem não mais falei ou cruzei…
Sinto
saudades da minha infância,
do
meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus
quiser…
Sinto saudades do presente,
que não aproveitei de todo,
lembrando do passado
e apostando no futuro…
Sinto
saudades do futuro,
que se idealizado,
provavelmente não será do jeito que eu penso que vai
ser. Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria
e nem apareceu;
de quem apareceu correndo,
sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.
Sinto
saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!
Daqueles que não tiveram
como me dizer adeus;
de gente que passou na calçada contrária da minha
vida
e que só enxerguei de vislumbre!
Sinto
saudades de coisas que tive
e
de outras que não tive
mas quis muito ter!
Sinto
saudades de coisas
que nem sei se existiram.
Sinto
saudades de coisas sérias,
de coisas hilariantes,
de casos,
de experiências…
Sinto
saudades do cachorrinho que eu tive um dia
e que me amava fielmente, como só os cães são capazes
de fazer!
Sinto saudades dos livros que li e que
me fizeram viajar!
Sinto saudades dos discos que ouvi e que
me fizeram sonhar,
Sinto saudades das coisas que vivi
e das
que deixei passar,
sem curtir na totalidade.
Quantas vezes
tenho vontade de encontrar
não sei o que…
não sei onde…
para
resgatar alguma coisa que
nem sei o que é e nem onde perdi…
Vejo
o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades
.
Em japonês, em russo,
em italiano, em inglês…
mas que minha saudade,
por eu ter nascido no Brasil,
só fala português, embora, lá no fundo, possa ser
poliglota.
Aliás, dizem que costuma-se usar sempre
a língua pátria,
espontaneamente quando
estamos
desesperados…
para contar dinheiro… fazer
amor…
declarar sentimentos fortes…
seja
lá em que lugar do mundo estejamos.
Eu acredito que um simples
'I miss you' ou seja lá
como possamos traduzir saudade em outra
língua,
nunca terá a mesma força e significado
da nossa palavrinha.
Talvez não exprima corretamente
a imensa
falta
que sentimos
de coisas
ou pessoas queridas.
E é por
isso que eu tenho mais saudades…
Porque encontrei uma palavra
para usar todas
as vezes
em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor
do que um sinal vital
quando
se quer falar de vida
e de sentimentos.
Ela é a prova inequívoca
de que somos
sensíveis!
De que amamos muito
o que tivemos
e lamentamos as coisas boas
que perdemos
ao longo da nossa existência…